segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O ressonar não deve ser ignorado

Estudo realizado pelos investigadores do Henry Ford Hospital

Os indivíduos que ressonam têm, em comparação com as pessoas com excesso de peso, que fumam ou que têm níveis elevados de colesterol, um risco maior de terem um espessamento ou problemas na artéria carótida, sugere um estudo que foi submetido para publicação à revista “The Laryngoscope”.

A apneia obstrutiva do sono, um distúrbio do sono que ocorre devido ao colapso das vias aéreas na garganta e que provoca ronco e pausas periódicas na respiração, tem sido associada a doenças cardiovasculares, juntamente com uma série de outros problemas graves de saúde.

Contudo, o risco de doença cardiovascular pode ter realmente início no ressonar. Até à data havia poucas evidências que mostravam que havia uma associação entre o ato de ressonar e o risco de doença cardiovascular.

Para o estudo os investigadores do Henry Ford Hospital, nos EUA, contaram com a participação de 54 indivíduos, que tinham entre 18 e 50 anos de idade e que não sofriam de apneia do sono. Todos os participantes foram submetidos a um exame para de medir a espessura da camada íntima-média da artéria da carótida.

Os investigadores, liderados por Robert Deeb, explicam que a medição da espessura da camada íntima-média da artéria da carótida pode ser utilizada para detetar a presença ou para monitorizar a progressão da aterosclerose. O espessamento da camada intima-média da artéria da carótida é o primeiro sinal da doença.

O estudo apurou que, em comparação com os indivíduos que não ressonavam, os que o faziam apresentavam uma maior espessura da camada íntima-média da artéria da carótida. Adicionalmente foi constatado que não havia diferenças significativas na espessura da camada íntima-média dos pacientes que apresentavam ou não alguns dos tradicionais fatores de risco para a doença cardiovascular, incluindo tabagismo, diabetes, hipertensão ou hipercolesterolemia.

“O ressonar é algo mais do que o incómodo para o seu parceiro. Estes pacientes precisam de procurar tratamento, da mesma forma que fariam se tivessem apneia de sono, pressão arterial elevada ou outros fatores de risco cardiovascular”, conclui o investigador.

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