Estudo publicado no “Journal of the National Cancer Institute” |
Os sintomas do cancro do ovário incluem dor no baixo-ventre e sensação de inchaço. No entanto, como estes sintomas são similares aos associados às doenças que afectam a bexiga ou tubo digestivo o cancro é muitas vezes detectado apenas nos estados mais avançados da doença.
O risco de cancro e outras doenças é muitas vezes afectado pela presença da inflamação crónica. Estudos anteriores sugeriram que a toma de aspirina, que tem propriedades anti-inflamatórias, e de outros fármacos anti-inflamatórios não esteróides poderiam reduzir o risco total de cancro. Contudo, os estudos que tentaram averiguar o efeito da aspirina no cancro do ovário obtiveram resultados discrepantes.
De forma a tentar chegar a uma conclusão mais concertada, os investigadores do National Institutes of Health, nos EUA, analisaram os dados de 12 estudos que incluíram 7.776 mulheres com cancro e 11.843 mulheres saudáveis.
Os investigadores verificaram que 18% das participantes tomavam aspirina, 24% tomavam anti-inflamatórios não esteróides e 16% tomavam acetaminofeno. O estudo apurou que as participantes que tomavam diariamente doses baixas de aspirina (menos de 100mg) apresentavam um risco 20% menor de desenvolver cancro do ovário, comparativamente com aquelas que tomavam este mesmo fármaco menos de uma vez por semana.
De acordo com os autores do estudo, a toma de apirina, dependendo da dose e da frequência, poderá reduzir o risco deste cancro até 34%. Foi ainda verificado que a toma de elevadas doses (superiores a 500mg) de outros anti-inflamatórios não esteróides, pelo menos uma vez por semana, era capaz de reduzir em cerca de 10% o risco deste tipo de cancro, comparativamente com tomas menos frequentes. O acetaminofeno não mostrou ter qualquer efeito na redução do risco do cancro do ovário.
O nosso estudo sugere que os regimes terapêuticos de aspirina, conhecidos por proteger contra os enfartes agudos do miocárdio, podem também reduzir o risco de cancro do ovário”, revelou, em comunicado de imprensa, um dos coautores do estudo, Britton Trabert.
Contudo, os autores do estudo acrescentam que apesar de estes resultados serem intrigantes, não devem influenciar a actual prática clínica. Neste sentido, deverão ser realizados mais estudos de forma a abordar o risco-benefício deste tratamento, bem como identificar o mecanismo através do qual a aspirina pode reduzir o risco de cancro do ovário.
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