quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Doença de Huntington: creatina pode abrandar progressão

Estudo publicado na revista “Neurology”
A toma de creatina pode abrandar a progressão da doença de Huntington, defende um estudo publicado na revista “Neurology”.

A doença de Huntington é uma doença neurodegenerativa que afecta a coordenação muscular e algumas funções cognitivas. Esta doença é causada pela mutação no gene que codifica a proteína huntingtina (HD). Os danos nas células cerebrais podem ser resultantes  da interferência desta proteína na produção de energia celular, o que resulta na depleção do ATP, uma molécula que alimenta a maioria dos processos celulares.

Uma vez que a creatina é conhecida por restaurar o ATP e manter a energia celular, esta substância tem sido investigada no âmbito do tratamento de várias doenças neurológicas. Neste estudo os investigadores do Massachusetts General Hospital, nos EUA, levaram a cabo um ensaio clínico de fase II, o qual contou com a participação 19 indivíduos que tinham o gene HD mutado e 45 indivíduos que tinham 50% de risco de terem herdado a mutação neste gene.


Ao longo dos primeiros seis meses deste estudo, os participantes foram divididos em dois grupos. Um dos grupos foi tratado, duas vezes por dia, com uma dose máxima diária de 30g de creatinina, o outro grupo recebeu um placebo. Após esta primeira fase, todos os participantes foram tratados, ao longo de 12 meses, com creatina.

Os participantes foram avaliados regularmente de forma a detectar possíveis efeitos adversos. Os indivíduos foram também sujeitos a avaliações cognitivas, a análises para medição de marcadores sanguíneos e a ressonâncias magnéticas cerebrais.

Ao longo da primeira fase do estudo verificou-se que mais de três quartos e mais de dois terços dos participantes toleraram a creatina a uma dose diária de 15 e 30 gramas, respectivamente. As ressonâncias magnéticas realizadas seis meses após o início do tratamento indicaram que os indivíduos com mutação no gene HD e tratados com creatinina apresentavam, comparativamente com os do grupo placebo, um abrandamento na taxa de atrofia do cérebro. Ao fim da segunda fase do estudo, os participantes pré-sintomáticos também apresentaram um abrandamento na taxa de atrofia do cérebro.

Os investigadores concluem que para além de este estudo sugerir que a creatina pode abrandar a progressão da Huntington, também indica que os exames imagiológicos podem ser um biomarcador útil para estudar os efeitos de outros potenciais tratamentos.  

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