Estudo conduzido pela University of Missouri
Um estudo sobre a interação entre mães e filhos revelou que o autoritarismo, por parte das mães, relativamente ao controlo do ritmo e conteúdo das brincadeiras dos filhos em idade pré-escolar, varia consoante a etnicidade das mães e a própria a idade das crianças.
Liderado por Jean Ispa, docente de desenvolvimento humano e de estudos sobre a família na University of Missouri, EUA, o estudo demonstrou ainda que quanto mais controladoras são as mães durante as brincadeiras, mais emoções negativas as crianças demonstram relativamente às progenitoras.
Segundo a autora do estudo, as crianças necessitam de poderem fazer escolhas sobre as suas ações, principalmente em situações de brincadeira. A investigadora acrescenta que as mães que controlam em demasia as brincadeiras dos filhos, não os deixam fazer escolhas, referindo, a esse propósito, que durante o estudo as crianças brincavam e as mães muito controladoras decidiam como é que os filhos deviam brincar, a que ritmo, e que brincadeiras.
O estudo foi baseado na observação de vídeos com gravações de mães e filhos norte-americanos em interação no contexto de brincadeiras. Foram feitas gravações quando as crianças tinham 1, 2, 3 e 5 anos de idade. As mães e filhos que participaram no estudo tinham integrado um outro estudo no âmbito de um programa nacional norte-americano chamado “Early Head Start”, que tem como objetivo apoiar o desenvolvimento cognitivo, social e emocional de crianças de famílias com baixos rendimentos.
Foi observado que as mães que eram muito controladoras durante o período das brincadeiras recebiam dos seus filhos expressões de sentimentos de negatividade e de menos consideração. No entanto, os sentimentos de negatividade por parte dos filhos diminuíam nas mães que eram carinhosas, para além de controladoras.
A equipa observou que as mães mais controladoras eram as de origem africana, seguidas das de origem mexicana, sendo as de origem europeia as menos controladoras.
É de conhecimento geral que todas as crianças necessitam de se sentirem amadas, seja qual for a cultura na qual se encontram inseridas. Jean Ispa é de opinião que as mães devem demonstrar afeto para com os filhos durante o período das brincadeiras, tendo o cuidado de limitarem o controlo das suas ações durante as mesmas, de forma a promoverem o desenvolvimento saudável das crianças.
Jean Ispa conclui que “as crianças apercebem-se do sentido das atitudes das mães; por isso, se uma mãe está a ser muito controladora mas é normalmente uma pessoa muito afetuosa, penso que a criança sente: «a minha mãe está a proceder assim porque se preocupa comigo e tenta fazer o melhor por mim». Se esse afeto não se verificar, então a criança poderá sentir que «a minha mãe está a tentar controlar-me e eu não gosto».
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