Doenças sexualmente transmissíveis (DST) são doenças infecciosas que se transmitem essencialmente (porém não de forma exclusiva) pelo contacto sexual. O uso de preservativo tem sido considerado o método mais eficiente para prevenir a contaminação e impedir a sua disseminação.
Existem várias doenças sexualmente transmissíveis como a Sífilis, o Herpes genital, a Hepatite B, a SIDA, Candídiase, Gonorreia, etc.
Vários tipos de agentes infecciosos (vírus, fungos, bactérias e parasitas) estão envolvidos na contaminação por DST, gerando diferentes manifestações, como feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas.
Algumas DST são de fácil tratamento e de rápida resolução quando tratadas correctamente. Outras são de tratamento difícil ou permanecem latentes, apesar da falsa sensação de melhora. As mulheres representam um grupo que deve receber especial atenção, uma vez que em diferentes casos de DST os sintomas levam tempo para tornarem-se perceptíveis ou confundem-se com as reacções orgânicas comuns de seu organismo. Isso exige da mulher, em especial aquelas com vida sexual activa, independente da idade, consultas periódicas ao serviço de saúde.
Quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves como infertilidade, infecções neonatais, malformações congénitas, e aborto (no caso de gestantes), cancro e até a morte.
Definição: A SIDA (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida) é uma doença provocada pelo vírus VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana). Este vírus introduz-se no organismo humano, podendo permanecer “inactivo” (seropositivo), ou “activo”, destruindo o sistema imunitário da pessoa. Um indivíduo infectado com este vírus pode contrair e desenvolver infecções muito variadas ou mesmo certos tipos de cancro. A SIDA ainda não tem cura, sendo mesmo mortal. Actualmente é a 6ª causa de morte entre os jovens na América e Europa.
Sintomas: Apenas alguns desenvolvem, ao serem contagiados, os primeiros sintomas, muito parecidos com a gripe (febre, transpiração e debilidade geral) e em cerca de 30% dos casos verifica-se também um inchaço dos gânglios de pescoço, axilas e virilhas. Estes pacientes não associam este mal-estar com a SIDA, pensam que se trata de um forte resfriado ou esgotamento. Se o inchaço dura 3 meses, há uma grande probabilidade de essa pessoa ser portadora do vírus; perda de peso, alterações imunitárias, etc.
Prevenção: A forma mais segura para prevenir a infecção, é a abstinência. A única forma de prevenção no caso de relações sexuais é o uso correcto do preservativo.
Formas de contágio: Relações sexuais desprotegidas com portadores do vírus, sexo oral, transmissão ao feto pela mãe, tatuagens com agulhas não esterilizadas, seringas infectadas, objectos cortantes, escovas de dentes, sangue, sémen, secreção vaginal, leite materno, etc.
Formas de não contágio: Conviver social e profissionalmente, utilizar sanitários públicos, picadas de insectos, utilizar os mesmo talheres, brincar, tomar banho com portadores do vírus, beijar, abraçar, tocar, partilhar roupa, etc.
Definição: A Sífilis é provocada pela bactéria Treponema Pallidum, que apesar de ser contagiosa e perigosa, é curável se for tratada a tempo. A Sífilis ataca qualquer tecido desde a pele aos ossos, fígado, órgãos genitais e olhos. O seu maior perigo é alcançar a sistema nervoso e o coração, o que pode levar à morte. A bactéria da sífilis, para sobreviver, precisa de um ambiente quente e húmido.
Sintomas: Inicialmente úlceras genitais que não curam. Posteriormente lesões na pele e mucosas. Inicia-se 3 semanas após o contágio, no local da infecção, na região genital, um pequeno nódulo rosado que evolui para uma úlcera indolor. Na segunda fase da doença, há uma erupção cutânea com sintomas de mal-estar, fadiga, dores de cabeça e nos ossos. Até esta altura a doença é muito contagiosa, mas curável.
Prevenção: A abstenção de relações sexuais com uma pessoa infectada é o único meio 100% seguro de evitar o contágio por transmissão sexual. Os preservativos (masculino e, em maior grau, o feminino) ajudam a reduzir, mas não a eliminar totalmente o risco de contágio. É também importante ter cuidado em evitar o contacto com as lesões cutâneas de um doente sifilítico.
Formas de contágio: Quase exclusivamente por contacto sexual. Um simples beijo em qualquer zona que tenha uma pequena ferida, é arriscado. Não há contágio através dos sanitários, toalhas e outros objectos.
Definição: Doença causada pelos fungos Candida albicans, que se desenvolvem num local quente e húmido da vagina.
Sintomas: No homem verifica-se uma inflamação acompanhada de pontinhos vermelhos no pénis e ardor. A mulher sofre de inflamação e irritação nos lábios da vulva, acompanhado de um fluxo espesso e esbranquiçado.
Prevenção: Abstinência sexual logo após o aparecimento da infecção e durante o tratamento. Algumas doenças, como a diabetes ou o hipotiroidismo, favorecem o aparecimento de candidíase, assim como a gravidez, irrigações vaginais e os tratamentos com cortisona e antialérgicos.
Formas de contágio: Contacto sexual ou proliferação do fungo pela roupa interior, toalhas, roupa húmida.
Definição: É uma infecção das vias genitais provocada por bactérias, designadas por gonococos. A Gonorreia é uma das mais frequentes doenças sexualmente transmissíveis e pode causar Doença Inflamatória Pélvica em cerca de 40% das pessoas não tratadas, podendo também causar esterilidade. As mulheres não tratadas podem vir a sofrer de DIP. Esta situação, por sua vez, pode provocar infertilidade, gravidez ectópica (fora do útero), e dores pélvicas crónicas. No homem, pode causar esterilidade. A gonorreia não tratada pode ainda ser causa de doenças das articulações, do coração ou do cérebro.
Sintomas: Aparecem geralmente 2 a 10 dias após o contágio. Consistem, principalmente, num corrimento purulento (de pus) pela uretra, ou pelo recto. Este corrimento é frequentemente mais intenso pela manhã, acompanhado por ardor, prurido e vermelhidão local.
Prevenção: A abstinência de relações vaginais e anais com uma pessoa infectada é o único meio 100% seguro. Os preservativos masculinos ou femininos ajudam a reduzir, mas não a eliminar totalmente o risco de contágio.
Formas de contágio: Contacto sexual directo (anal e vaginal) e durante o parto.
Definição: Afectam os órgãos genitais e as zonas envolventes. É uma doença dolorosa e episódica que não tem cura e é causada pelo vírus Herpes Simplex. Apenas existem medicamentos que aliviam as dores.
Sintomas: Frequentemente pouco intensos, traduzem-se por comichão (prurido) e sensação de queimadura nas zonas genitais. Podem ainda haver dores nas pernas, nádegas e zonas genitais, bem como corrimento vaginal, dores ao urinar e inchaço dos gânglios das virilhas. Normalmente aparecem nas zonas genitais ou anais pequenas vesículas (bolhas) que podem ulcerar (fazer ferida) e se tornam muito dolorosas. Estas lesões curam ao fim de algumas semanas, mas têm tendência para reaparecer.
Prevenção: A abstinência de relações vaginais e anais com uma pessoa infectada é o único meio 100% seguro. Os preservativos masculino e feminino ajudam a reduzir, mas não a eliminar totalmente o risco de contágio.
Formas de contágio: Transmite-se por contacto pele com pele durante relações sexuais vaginais, orais ou anais. Um outro tipo de Herpes (Simplex HSV-2) é mais vulgarmente transmitido por contacto não sexual e causa inflamação dos lábios. No entanto, este tipo de herpes também pode ser transmitido por sexo oral e causar infecções genitais.
Definição: É uma doença causada por um vírus que ataca o fígado, sendo o sangue o principal meio de transmissão e depois a saliva. Se não for tratada, pode provocar a morte. O vírus sobrevive durante bastante tempo e é resistente a alguns desinfectantes.
Sintomas: Cerca de 1/3 das pessoas contaminadas com o vírus da Hepatite B, são assintomáticas. Quando presentes, os sintomas podem incluir febre, náuseas, dores musculares, fadiga, perda de peso e de apetite, vómitos e diarreia. A lesão do fígado pode provocar urinas escuras (cor "vinho do Porto") dores abdominais, e icterícia (olhos e pele amarelos). Diagnostica-se pela presença de anticorpos e/ou antigénios no sangue.
Prevenção: A abstenção de relações sexuais com uma pessoa infectada é o único meio 100% seguro de evitar o contágio por transmissão sexual. Os preservativos masculino e feminino ajudam a reduzir, mas não a eliminar totalmente o risco de contágio. Evitar partilha de seringas e cuidados ao manipular sangue ou objectos contaminados com sangue ou outros fluidos corporais infectados. A vacina é altamente recomendada, especialmente nas pessoas em situação de risco (pessoal de saúde, bombeiros, pessoas que convivam com infectados, etc.) e nos jovens sexualmente activos. Actualmente, em Portugal, é gratuita para as grávidas em situação de risco e para os jovens entre os 11 e 13 anos de idade. Pode ser administrada em qualquer pessoa (sem necessidade de testes) de qualquer idade, e consiste em três doses.
Formas de contágio: Sexo vaginal, oral e anal, através do sémen e secreções vaginais, suor, lágrimas e saliva. Transmissão ao feto pela mãe. Partilha de seringas contaminadas. Tatuagens ou piercing com instrumentos não esterilizados. Através de transfusões ou contacto com sangue contaminado.
Definição: A Chlamydia é uma doença sexualmente transmissível, uma doença silenciosa que se espalha cada vez mais. Existem quatro espécies/mutações conhecidas, Chlamydia trachomatis, Chlamydia puerorum, Chlamydia psittaci, e Chlamydia pneumoniae. Afecta os órgãos genitais masculinos e femininos. Pode produzir esporos, o que torna sua disseminação mais fácil. Este vírus, pode apenas afectar seres humanos, pode ser transmitido através de fluidos corporais, pelos genitais, olhos e boca. A Chlamydia pode também ser transmitida ao recém-nascido durante o parto se a grávida se encontrar infectada.
Sintomas: Cerca de 75% de casos nas mulheres e de 25% de casos nos homens são assintomáticos. Os sintomas que eventualmente se manifestam consistem em corrimento genital anormal, e ardor ao urinar (disúria). Nas mulheres pode ainda haver dor abdominal baixa (no baixo ventre) ou dores durante as relações sexuais (dispareunia). Nos homens pode existir inchaço e dores nos testículos.
Prevenção: A abstinência de relações vaginais e anais com uma pessoa infectada é o único meio 100% seguro. Os preservativos masculino e feminino ajudam a reduzir, mas não a eliminar totalmente o risco de contágio.
Formas de contágio: Sexo vaginal e anal.
Definição: Infecção por vírus, chamado HPV (Human Papiloma Virus). Há mais de noventa tipos de HPV já isolados. Alguns estão relacionados com as verrugas comuns da pele, outros com verrugas das regiões oral, anal e genital. Dentre os genitais existem dois grandes grupos chamados de alto risco (oncogénicos) e de baixo risco (não oncogénicos). O primeiro grupo está relacionado ao aparecimento de cancros (neoplasias malignas), mas o segundo não.
Sintomas: O sintoma mais evidente é a formação de verrugas, com o aparecimento de condilomas, que são verrugas tipo "couve-flor" que se desenvolvem no interior das zonas genitais, anais ou garganta. As da região oral e ano-genital são conhecidas como condiloma acuminado. Há porém lesões mais discretas, clinicamente pouco evidentes, denominadas, lesões subclínicas, que muitas vezes só são visualizadas com exames mais minuciosos.
Prevenção: A abstinência de relações vaginais e anais com uma pessoa infectada é o único meio 100% seguro. Os preservativos masculino e feminino ajudam a reduzir, mas não a eliminar totalmente o risco de contágio. Se a lesão estiver fora da área protegida pelo preservativo, não existe protecção. É importante lembrar do sexo oral que também transmite o vírus, por isto as lesões da boca são comuns.
Formas de contágio: Os vírus são transmitidos por contacto da pele infectada e com lesões com a pele de outra pessoa, sobretudo se houver um contacto intenso e que cause algum desgaste das camadas superficiais. Podem assim ser transmitidos durante o acto sexual, pois há atrito permitindo a inoculação, ou ainda através de contacto acidental não sexual. Também durante o parto normal o bebé pode ser infectado. É importante não esquecer que o sexo oral e anal também podem levar à transmissão do vírus e consequente aparecimento das lesões, não sendo incomum o aparecimento de condilomas nas regiões oral ou anal.
Fonte: rickyunic
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