Recomendação publicada na “Annals of Internal Medicine”
Uma recomendação dos Preventive Services Task Force, EUA, sugere que os médicos de família realizem um rastreio de sinais de violência doméstica nas mulheres em idade fértil, e que as referenciem para tratamento, se necessário.
Esta recomendação, que tem merecido a aprovação de vários especialistas da área, também se deve aplicar a mulheres que não evidenciem sinais de violência doméstica. Segundo dados dos Centers for Disease Control and Prevention, nos EUA, cerca de um terço das mulheres norte-americanas e mais de um quarto dos homens já foram vítimas de violência doméstica, tendo 25% das mulheres e 14% dos homens sofrido casos graves da mesma.
A violência doméstica pode trazer graves consequências em termos de saúde, para além de poder colocar a vida da vítima em risco. Para além do risco de mazelas físicas, as vítimas correm o risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis, doenças pélvicas inflamatórias, gravidez não planeada, gravidez pré-termo, dor crónica, doenças neurológicas, depressão, comportamentos suicidas, etc.
Os especialistas concordam que o envolvimento da área da saúde na procura da identificação de mulheres que tenham experienciado violência familiar é uma boa ideia, na medida em que se essa for detetada a tempo, torna-se possível minimizar o seu impacto.
Estudos realizados revelaram que os instrumentos de deteção de situações de violência doméstica não são totalmente fiáveis, tendo-se registado valores que oscilam entre os 62% e os 96% para a correta identificação deste problema. As mulheres que foram submetidas ao rastreio apresentam uma possibilidade de 44% de falarem sobre violência doméstica com os seus médicos, contra 8% das que não efetuaram o rastreio.
O rastreio pode ser realizado sob a forma de questionário e contemplar perguntas como: teve alguma vez medo do seu parceiro no decorrer do ano passado? Já esteve nalguma relação em que tivesse sofrido violência física?
Hillary Haldane, da Quinnipiac University, nos EUA, adverte que “os médicos e outros profissionais de saúde precisam de formação sólida para falarem com quem tiver sofrido violência familiar, e nem todos os médicos possuem aptidões ou formação para tal”. A especialista adiantou ainda que os mesmos devem saber para onde referenciar as vítimas.
A especialista aconselha ainda que quem tiver um ente querido que esteja a ser vítima de violência doméstica, se prontifique a prestar-lhe apoio imediato, a contactar um centro de ajuda à vítima para saber a melhor forma de a ajudar e aconselhar mesmo a pessoa a recorrer a um advogado.
Fonte: alert
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