Estudo publicado na revista “BMC Medicine”
Estudos anteriores já tinham constatado que a nutrição e os fatores ambientais a que as mulheres são expostas durante a gravidez podem influenciar a saúde das crianças e aumentar o seu risco de doenças crónicas. Contudo, pouco foram os estudos que se debruçaram, sobre como os fatores paternos poderiam afetar as crianças.
Neste estudo, os investigadores da Duke Cancer Institute, nos EUA, propuseram-se a estudar a associação entre a obesidade dos pais e as alterações na metilação do ADN no gene IGF2 dos descendentes. A metilação do ADN regula a atividade de determinados genes, que pode refletir-se um risco aumentado de determinadas doenças. A diminuição da metilação do ADN no gene IGF2 tem sido associada a um risco aumentado de desenvolvimento de alguns tipos de cancro, incluindo o cancro coloretal e do ovário.
Os investigadores começaram por recolher informação sobre o estado clínico dos pais de 79 recém-nascidos, através de um questionário. Posteriormente, o ADN das crianças foi analisado para determinar as potenciais associações entre o padrão de metilação do seu ADN e a obesidade dos pais antes da conceção.
O estudo apurou que o grau de metilação do ADN do gene IGF2 das crianças cujos pais eram obesos era significativamente menor, comparativamente com as crianças cujos pais tinham um peso normal. Estes resultados sugerem assim que a obesidade paterna poderá estar associada com um aumento do risco de desenvolvimento de determinados tipos de cancros.
Os investigadores referem que está já em curso um estudo que tem por objetivo averiguar se estas alterações na metilação do ADN permanecem à medida que as crianças crescem. Em estudo futuros os investigadores também estão a pensar determinar se adoção de determinadas intervenções, similares à toma de ácido fólico pelas mulheres grávidas para prevenir defeitos congénitos - pode ser utilizados antes da conceção, de forma a impedir o desenvolvimento de perfis de metilação irregulares.
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